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Histórias da infância distante

Escrito por Gilka Girardello A cena da avó na cadeira de balanço contando antigas histórias para os netinhos é coisa do passado nas grandes cidades de hoje - afinal, mudaram as famílias e mudaram as avós. Mas podemos tomar essa imagem de um jeito mais simbólico, mais arquetípico, referindo-se a todos os adultos que contam coisas de sua infância para as crianças. E aí a cena poderá virar fonte de energia e de inspiração para o trabalho dos contadores de história de hoje. Um poeta e pedagogo russo, Kornei Chukovski, disse há quase cem anos que tendemos a contar às nossas crianças as histórias, poemas e cantigas que mais nos tocaram quando nós próprios éramos crianças. E que só nos ficaram na memória aquelas que tinham algo de especial, engenhoso ou profundo. Assim, diz Chukovski, no fim das contas quem escolhe as histórias para as crianças de hoje são as crianças de ontem! Como numa corrida de revezamento, a criança de uma geração recebe uma tocha e atravessa a vida carregando-a acesa

SOBRE A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS...

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“Sempre que se conta um conto de fadas, a noite vem. Não importa o lugar, não importa a hora, não importa a estação do ano, o fato de uma história estar sendo contada faz com que um céu estrelado e uma lua branca entrem sorrateiros pelo beiral e fiquem pairando acima das cabeças dos ouvintes. Às vezes, ao final de um conto, o aposento se enche de amanhecer: outras vezes um fragmento de estrela fica para trás, ou ainda, uma faixa de luz rasga o céu tempestuoso. E não importa o que tenha ficado para trás, é com essa dádiva que devemos trabalhar, é ela que devemos usar para criar alma” Clarissa Pinkola Estés